quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

48- Falta de inspiração


Estou com bloqueio em minha mente
A criatividade está me abandonando
Sinto o tempo se esvaindo deprimente
E a poesia fugindo ao meu comando

Meus poemas não sentem minha emoção
Até as palavras me deixam indiferente
Esqueci o mundo, vivo minha alienação
E sem novos ensinamentos fico doente

Mas tão certo quanto à morte, vou mudar
Não quero ficar cega em relação à poesia
Nem imune a realidade e viver na utopia

Quero ter prazer para escrever e sonhar
Não sentir medo nem peso na consciência
Fluir inspiração sem demonstrar carência

Por Lucélia Lima
Em 04/06/09

47- A magia do circo


Na vida tudo parece tão mágico
Pintar nuvens em preto e branco
Desenhar um arco-íris cósmico
Viver lembranças de saltimbanco

Ir ao circo para rir da palhaçada
Faltar respiração com o trapezista
Tomar cuidado com arquibancada
Ficar admirada com o malabarista

Sentir o cheiro da pipoca salgada
Olhando a bagunça da macacada
Assustar com o leão e o domador

E o coração disparar com o saltador
Arrepiar com o som dos tambores
Sair do circo com a alma em flores

Lucélia Lima
28/05/09

46- Pensamentos verdejantes


Essa chuva que teima cair
Molhando a terra ressecada
Deixando a pele molhada
Fazendo o pensamento florir

Flutuando vem como nuvem
Atravessando verdes colinas
Distantes campos e neblinas
São campos verdes tão além

Dos pensamentos misturados
Ao orvalho gélido da chuva
Com sabor da suculenta uva

Aquece a alma dos pecados
Sufocando idéias eminentes
Matando as novas sementes

Por Lucélia Lima
27/05/09

"Respirando Poesia"


"Respirando Poesia"
Aqui é onde eu respiro a poesia...

{CRIANDO}

A - Sou o cão chupando manga
B - E a careta mais feia
B - Sou o cocô da baleia
A - Que já te sujou a tanga
A - Sou um cara que se zanga

C - Contudo que é brucutu
C - Sou pequeno lá no Itu
D - Mas grande lá no Planalto
D - Onde o meu roubo é bem alto
C - MAS SOU MELHOR DO QUE TU.


Sou o vento da tempestade
A lembrança que te machuca
Sou suas dores na nuca
O gélido olhar da vaidade
Sou a sombra da maldade

Sem véu e nenhum tabu
Sou a morte de um jacu
O Choro do descrente
E como nuvem de rancor
Vou distribuindo o temor
Mas sou melhor do que tu

Por Lucélia Lima
15/05/09

Pecadora

Pecadora

Convidaram-me para eu ir a um determinado local, pensei,

pensei e pensei, ai respondi:

Pecadora não pisa em solo sagrado.

A pessoa arregalou os olhos e disse: Ué? Mas lá não é igreja!

Respondi: Eu sei, mas quem vê, acredita que lá só mora santa.

Por Lucélia Lima
Em 09/03/09

Apenas mulher

Mulher que tem ginga
Que passa e balança
As estruturas da terra
Com sua bela dança

Mulher de coração puro
Transparente como ser cristalino
Mulher que desenha sua vida
Como quem desenha seu figurino

Mulher que luta e batalha
Não lhe faltando coragem
Nem tempo tem para se arrumar
Mas no espelho admira sua imagem

Mulher que suporta as dores
Que esconde os próprios males
Faz da saudade uma necessidade
Mesmo que precise mudar de ares

Mulher de todas as raças
Mulher de todos os credos
Mulher que prevê o futuro
Mulher que guarda segredos

Mulher apenas! Mulher!

Por Lucélia Lima
Em 06/03/09

Duas lágrimas num vidrinho

Duas lágrimas num vidrinho

Há muito tempo atrás, uma mãe deu à luz ao seu filho. No mesmo dia, o médico informou que ela não poderia mais engravidar. Ela chorou muito, pois tinha uma família cheia de irmãos e irmãs e pretendia ter uma família muito grande. Nos primeiros dias ela ficou muito triste, mas começou a perceber que seu filho “chorava muito mais quando ela estava triste”, parecia até que ele entendia a tristeza da mãe e na maioria das vezes ela não sabia o que ele tinha. Então, resolveu fazer um diário contando a vida do seu filhinho, quando ele ria, ela escrevia hoje dia 10/01/90 ele deu seu primeiro sorriso, e contava o motivo, mas quando ele chorava além de contar o motivo também recolhia duas lágrimas e colocava num vidrinho. Com o passar dos dias, iam-se enchendo muitos vidrinhos. E ela ia escrevendo seu diário. Mas com o passar dos anos, os vidrinhos iam diminuindo e os diários iam aumentando.
Com 10 anos, ele não queria ir à escola, com 12 anos ele já fumava, com 15 anos já havia sido recolhido pelo reformatório, e aos 18 anos, estava preso pelos inúmeros delitos. Ele parou de chorar, mas aos 10 anos começou o choro de sua mãe.
O choro de sua mãe já dava para encher um oceano aos 18 anos. Ela esqueceu que ao escrever todos os momentos de seu filho, deveria também ter ensinado como era a vida. Deveria ter mostrado a ele todos os vidrinhos que continham suas lágrimas. E mostrado os motivos, e como ela sofria ou ficava feliz com tudo o que ele fazia. Ela esqueceu de contar como ele foi bem-vindo, que as lágrimas podem encher vidros e oceanos, mas jamais podem substituir a atenção e o amor que ela sentia por ele. Ela esqueceu o principal; de demonstrar o amor que sentia por ele, tão preocupada que estava em recolher suas lágrimas e escrever seu diário, que se esqueceu que “lá atrás” seu filhinho chorava quando ela estava triste. E hoje, é ela que recolhe suas próprias lágrimas num oceano de sofrimento.

Por Lucélia Lima
Em 03/03/09

Nota do autor: Inspirada numa historia que mamãe contou.

Hoje estou muito triste


Hoje estou muito triste, você me deixou, sem nenhuma explicação.
Fiz tanto por você e hoje recebo isso, apenas desprezo e mal querer
Você se esqueceu que:
Na tua tristeza tentei te consolar
Na tua ira tentei te acalmar
No teu sufoco tentei te socorrer
No teu medo tentei te amparar
Na tua solidão tentei ser presente
Na tua vitória tentei contigo comemorar
Na tua dúvida tentei te esclarecer
Mas esse foi meu grande mal
Preocupei-me demais em tentar resolver os teus problemas.
Em vez de chegar até você e dizer-te o quanto te amo!
E não passar uma vida tentando, sem ter demonstrado o que realmente existia em meu coração!

Por Lucélia Lima
Em 20/02/09
Reescrito em 14/05/09

Explosão em raios de sol

Numa tarde de sol
Saímos para namorar
Num jardim todo florido
Beijamo-nos sem hesitar

Próximo a uma arvore
Que seria cúmplice do amor
Explodimos nossos corpos
Em labaredas de calor

A magia do momento era total
Não existindo nem você, nem eu
Relaxamos e deixamos ser real
Nossa explosão em raios de sol

Na urgência de nos amarmos
Derrubamos todas as barreiras
Sentindo o desejo de nos entregarmos
Por um instante faltou-nos a respiração

Tudo estava tão perfeito
Na fusão do seu corpo ao meu
O momento do gozo foi pleno
Terminou tudo calmo e sereno

Por Lucélia Lima
Em 20/02/09

Escrito nas Estrelas


Perdi meu pai muito cedo, tinha uns cinco anos de idade, e mamãe nunca mais se casou. Trabalhou muito e a pensão de papai ela guardava e dizia que era para pagar meus estudos, pois tínhamos uma vida estável.
Aos dez anos eu já sabia o que queria ser quando crescesse, designer de moda. Fascinava-me abrir uma revista e ver as modelos em seus vestidos. E assim fui crescendo. Aos quinze anos era uma moça muito bonita e cobiçada. Quando saía, nunca pagava nada, os meninos faziam questão de pagar. Não ficava um final de semana em casa, o telefone tocava e era alguém convidando para a balada.
Aos dezoito anos prestei o vestibular para a universidade pública, passei, iria fazer o meu tão sonhado curso de moda. Na época vivia namorando, mas nunca parava com ninguém, só pensava em me formar.
Meu círculo de amigos era repleto de homens e mulheres com certas peculiaridades e esquisitice da moda. Então me restava arrumar namorado nas noites de balada. E na maioria das vezes, as noites me reservavam os cafajestes, aqueles que não querem compromisso sério, mas como eu também não queria, era só curtição.
E nisso, cheguei aos vinte e cinco anos. Com muitas conquistas, mas nenhum homem especial.
Mamãe continuava me achando sua princesinha e quando propus a ela usar o dinheiro que era para pagar meus estudos para comprar um apartamento e ir morar sozinha, ela deu seu aval. Comprei um apartamento com três quartos, e não sei porque, imaginava meu futuro, casada e com filhos. Mas minha solteirice incomodava os homens, alguns se aproximavam e chegavam a prometer mundos e fundos dizendo que eu não deveria estar sozinha. Despreocupadamente eu dizia: Quer curtir? Tudo bem! Senão cai fora. Ser solteira não me incomodava. Eu era feliz.
Mas quando completei vinte e oito anos, meus amigos prepararam-me uma festinha surpresa. Quando cheguei ao atelier, dei de cara com ele todo decorado, tinha bolo, espumante, música e o “destino”. Cumprimentei a todos, e nesse momento uma amiga, a Carol veio ao meu encontro e disse: - Yasmim, esse é o Cadu, meu irmão. Quando olhei para ele, meu coração pulou e ao apertar sua mão, gelei. Era como se toda energia do mundo tivesse se manifestado em mim, quase desmaiei. Carol disse que seu irmão havia acabado de retornar do exterior, onde estava fazendo pós-graduação em eletrônica, mas agora estava de volta para trabalhar numa multinacional.
Naquele momento vi que estava perdida e totalmente apaixonada. Não imaginava que quando isso acontecesse, fosse tão fulminante. Cadu tinha 35 anos e havia sido casado por três anos, não tinha dado certo. Foi assim que Carol simplificou o assunto. Nesse momento, colocaram uma música e Cadu convidou-me para dançar. Aceite. Ele me abraçou bem apertado, até me sufocando, estranhei. De repente encostou os lábios em meu ouvido e sussurrou: - Você estava me esperando! Não entendi e perguntei: - Como? Ele sorriu e foi o sorriso mais encantador que vi em toda minha vida. Ele disse: - Há três anos, vi uma foto sua, e minha irmã Carol me contou quem você era. Daquele dia em diante, disse a mim mesmo: “Ela vai ser minha.”
Fui viajar, me especializar e voltei para casar com você. Quero te dar uma vida de rainha e ter um príncipe e uma princesinha. (sorriu). Olhei para ele incrédula e perguntei: E se eu tivesse me apaixonado por outro? Ele sorriu e disse: - Isso não iria acontecer, porque nossa história estava escrita nas estrelas. Sorri. Ele sabia que eu havia me apaixonado à primeira vista.
Hoje sou casada com Cadu, tenho um casal de filhos, gêmeos. O menino com o sorriso dele e a menina com o meu olhar. Ah! E a Carol é madrinha dos dois.
E aquele apartamento, que no passado imaginei ser casada e com filhos; não deixei Cadu comprar outro, pois seria ali que iria reinar minha felicidade.
E assim como ele disse! Nosso amor realmente estava escrito nas estrelas.
E minha solteirice não incomoda mais ninguém.

Por Lucélia Lima

Atreva-se

A ESPERANCA, que nasce na criança e transforma-a em mulher.
A ILUSÃO, numa adolescência cheia de emoção, nunca será uma ilusão.
A PAIXÃO, é alguém que corre atrás da felicidade, e nunca desiste.
O DESALENTO, mas por tudo isso e por algo mais é assim que se é feliz e ter tudo isso é alento.
O DESENCANTO, uma vida construída sobre a rocha e não sobre a areia, isso é vencer sozinha.
A LIBERTACÃO, é a felicidade de olhar para trás e descobrir que a missão foi cumprida.

E tudo isso é para pensar o quanto vale a pena viver e ser feliz.

Por Angelica Mattos
13/02/09

Trem sem estação

Sinceramente com muito pesar
Vou terminar esse encontro casual
Despeço-me para ser feliz
Entrando num trem sem estação

Corri contra o tempo sem perceber
Que travava uma guerra interior
Sem conhecimento da minha missão
Vou correndo sem querer caminhar.

Quero te fazer uma visita impessoal
Governar teus medos e sentimentos
Se assim desejar parar na tua estação
Comprar um bilhete e te entregar

Com uma proposta bem expressa
Tenha a tua felicidade, porque eu.
Seguirei no trem a procura da minha

Por Lucélia Lima
Em 19/02/09

Alienação poética

Alienação poética

Em teu horizonte o sol não se põe
Nasce deixando marcas complexas
Em noites de abrupta solidão

O coração estrênuo sente a indiferença
Nas palavras vãs, tão quão ásperas
Sente estremece teu corpo sem razão

Chorando a fé que pregou à noite
Venera o sol da tua hipocrisia
Vazão de estirpe da verdade

Condeno-te, estupor da maldade
Alheio está como teu algoz
Um alienado das palavras

Tem consolo na nova plantação
Colheita para a humanidade
Nascimento da futura geração.

Por Lucélia Lima
Em 17/02/09

Não sou chiclete

Grudo em ti
onde quiseres!

Na sola do teu pé
Que não tem chulé

Na pele branquinha
Com cheiro de uvinha

No cabelo que esconde
Sabedoria e a boa idade

Mas jamais serei chiclete
Nem te tratar como pivete

Serei de hoje em diante
Apenas uma coadjuvante

Terás que dizeres bom dia
Para eu analisar tua anatomia!

Por Lucélia Lima
Em 13/02/09

Fusão de corpos

Sinto suas mãos
Passeando pelo meu corpo
Elas sobem e descem
Suavemente......
Provocando-me arrepios
Em pequenas fagulhas,
Sinto tua língua
Tocando minha pele
Querendo e buscando
Saciar-me
Tenho tremores de desejo
Enquanto tua língua
Procura o lóbulo da orelha
Descendo pelo pescoço
Chegando aos seios intumescidos
E sofregamente sua língua
Segue a linha do ventre
Procurando meu colo ardente
Sua mão toda melindrosa
Deseja avidamente meu sexo
E na fusão de nossos corpos
Sofregamente terminamos saciados.

Por Lucélia Lima
Em 11/02/09

Tua noite, meu dia

A noite sob teu luar,
deitei na areia da tua praia
e bebi do teu mar!

em goles de sedução,
deitei a cabeça no teu ombro
e adormeci

e em beijos apaixonados
com você amanheci

acordei com a sensação
que o mundo tinha parado

porque na tua noite eu estive
e teve teu sono velado

para que nosso dia
fosse repleto de paixão

não suma, estou com você
sempre no coração

estarei sempre aqui
para viver seus delírios
com muita emoção!

Lucélia Lima
Em 11/02/09

Acorrentada

Vivo estranhamente, e o que eu desejo
Nada é relevante,
Só faço o que os outros querem
Mas minhas vontades, nunca prevalecem
O que eu posso fazer para mudar?

Vou largar tudo e tentar ser eu
Ser aquela que quer viver livremente
Sair, correr, dançar e me divertir
Pois é como se eu estivesse acorrentada
Mas as chaves algemas não estão comigo
Estão nas mãos de quem comanda.

Vem pra cá, vai pra lá
Senta, levanta
Entra e sai
Vai e volta
Fique onde está,
Pode parar, esta é sua vida,
Você a escolheu!

Por Lucélia Lima
Em 11/02/09

Chamas de um olhar

Apaguei a lâmpada do meu coração
Mas ao longe, tão distante.
Percebi reluzir suavemente outra luz
E no calor das flores desabrochando
Nasceu as chamas que aprisionaram
Meus olhos na claridade dos teus
Transformei então a coragem
Em disfarce do medo
E numa sensação de liberdade
Percebi maravilhosamente
Que as chamas de um olhar
Podem apagar-se
Mas o reflexo dourado dos teus olhos
Sempre refletirá a chama do meu coração
E que a luz dos meus olhos
Esta, nunca se apagará.

Por Lucélia Lima
Em 10/02/09

Sol de Fevereiro

Quero o sol de fevereiro
Entrando pela janela
Trazendo novas alegrias
Deixando a pele cor de canela

Quero ouvir o tic tac do relógio
Sem ter medo de esperar o futuro
Pois não se pode aprender
Confinado no seu próprio fulcro

Quero sentir a brisa quente
Sentir o sol e todo seu calor
Viver acreditando que no mundo
Tem lugar para quem distribui amor

Quero o despertar intimo do desejo
Fazer somente o que manda o coração
Por fim aconchegar-me nos teus braços
E no sol de fevereiro viver cada emoção

Por Lucélia Lima
Em 06/02/09

Talvez um adeus

Quanta infelicidade é ouvir um adeus
Muito mais desagradável que um adeus
É viver a agonia e a esperança de um talvez
Porque o adeus é a luz no final do túnel
A gente esquece e nos faz procurar
Outros caminhos e novos sonhos
Enquanto o talvez... talvez!

Por Lucélia Lima
Em 06/02/09

45- Anúncio da existência

O que a vida quer nos anunciar?
Um caminho cheio de aventuras
Olhares duvidosos sem acreditar
Vêem cada passo novas desventuras

Somente a esperança nos adverte
Dos olhares atentos e perdidos
Em noites onde a cerne é inerte
Vem a paz e o amor serem distribuídos

Mas a vida carrega o corpo esquecido
E sem o divino sopro da vida, se faz caído
E na antiga beleza morre toda essência

Rasgando o anuncio que trás a morte
Vive com a alegria de conhecer a sorte
Que venceu a vida com sua existência.

Por Lucélia Lima
Em 03/02/09

Siga-me

Siga-me...
reflita comigo através dos dias
tire o véu dos secretos segredos
com um olhar singular
Siga-me...
reflita pelos olhos e ouvidos
pela boca da alma
derrube o véu da discórdia
revele os segredos da temperança
e exiba as virtudes do coração
aprenda a conhecer seus temores
além do limite normal de emoções
onde a voz é tua maior companheira
és claridade de uma doutrina luniforme
que completa com nova fase da lua
sem nenhuma pressa
Toca-me...
num conforto excessivo de prazer
avalie teu pesar
ceda à pressão da intolerância
feche a mente para a má vontade
numa erupção do antídoto do bem
reconheça teu destino no meu olhar
sonhe, fantasie se assim desejar
Siga-me...
Pois só eu poderei te levar.

Por Lucélia Lima
Em 29/01/09

Elos da alma

Elos da alma

Não quero flores no meu jardim
Muito menos água na torneira
Quero somente o baixar de armas
Ou um humilde pedido de desculpas

Quero um elogio que eleva o espírito
Ou uma lágrima de contentamento
Tudo que reflete a paz em elos da alma
Sem palavras duras de arrependimento

Não quero o retroceder da vida
Nem o sabor de vinagre amargo
Aliado a doçura do mel da amizade
Que deixa cicatriz na felicidade

Quero passar diante de obstáculos
Acreditar que através das imperfeições
Aprendemos que falhar é humano
É um dom divino em várias situações

Não quero somente colher flores
Nem regá-las durante uma vida
Quero sentir a magia de viver
Sentir os elos da alma até morrer

Por Lucélia Lima
Em 28/01/09

Sem amar

Sem amar

Sem amar não sou nada
endureço meu coração
congelo minha alma
caminho sem destino

Sem amar sou apenas
um coração agitado
que sente falta do abraço
do calor de um beijo
da saudade esquecida

Sem amar fico ébria
entorpecida pela droga
que consome minha mente
tal qual vento acariciante

Sem amar sou dor latejante
afogada no murmúrio do mar
queimada no crepitar do fogo
foto esquecida no porta-retrato

Sem amar sou apenas o vento
Sussurrante, dizendo...
vem amor, vem amar!

Por Lucélia Lima
Em 12/01/09

Doce beleza de amar

Queria que na vida tudo fosse bom
Que tudo fosse salvo num minuto
Mas nem tudo pode ser salvo
O futuro, o passado, o presente
Assim vamos passamos
Pelo mundo dos sonhos
Descobrimos que até coisas
Que foram ruins um dia
Vemos que foram boas e necessárias
Hoje... Inegavelmente
Amar e sonhar para uns é privilégio
Mas o amor precisa de estimulo
Então porque tudo é tão estranho
O destino é nosso dilema
Uma poção não trás encanto
Mas o verdadeiro amor enfeitiça
Deixando o coração feliz
E na magia de viver o amor
Tornamo-nos refém da vida
E na doce beleza de amar
Vamos criando castelos de areia

Por Lucélia Lima
Em 09/01/09

A morte procura

A morte vai chegando de mansinho
Bate na porta entrando de fininho

Entra pela casa e procura
Por um coração sem cura

Passa primeiro pela sala
Encontra um vazio em toda ala

Segue mais a frente
E vê um corredor imponente

O que ela quer achar?
Um coração que não quer amar

Então continua sua perseguição
Entrou na cozinha sem muita aflição

Mas não encontra ninguém
Será que deveria encontrar alguém?

Seguindo pelo corredor apertado
Depara-se com a porta do quarto

Nota que ela está trancada
Lá, verá uma mulher apaixonada

Mas não é a ela que vem procurar
Procura por um coração a chorar

Coração do qual se encontra doente
Por acreditar num amor que é ausente

A morte desiste e vai embora
Afinal todo coração tem sua hora

Por Lucélia Lima
Em 07/01/09

Infinita dor

Você vem, olhando para o infinito
Entra e bate a porta do seu coração
Passa por mim desatento, frívolo
Meu coração pulsa, o sangue ferve
Não deixe ser o fim, deixe o amor fluir
Aconteça em minha vida em turbulência
Faça dela algo inesquecível, inevitável
Seja o antes e depois, presente no futuro
Aquele que veio para amar
Sentir o amor transbordando
Quero teu cheio, tua pele sobre a minha
Teus braços em abraços, teus beijos
Eles serão o balsamo que cura
Amenizando qualquer dor existente
Dor que nunca deveria existir
Entre corações que se amam
Abra a porta e deixe a dor partir

Por Lucélia Lima
Em 06/01/09

Sentença final

Sentença final

Porque me condenam?
Porque tenho medo?
Medo de tantas incertezas
Incertezas de uma vida
Corro distâncias no escuro
Onde nem a luz alcança
Só a sombra me acompanha
Quero fugir, ter meu refugio
E assim choro a esmo
Demente e sem esperança
Sigo em frente,
Mas o medo é tão sólido
É maior que a autoconfiança
Que de mim foge, sem moradia
E dentro do meu coração
Sou réu confesso de culpa
Culpado pelos meus temores
Condenem-me por ter medo
Dê-me a sentença final
A morte da consciência
Então...
Peço o fim desse vil julgamento

Por Lucélia Lima
Em 05/01/09

Cadê meu beijo?

Quer um beijo molhado?
um beijo bem dado
na boca, no queixo
um beijo roubado
beijo bem dado, estalado
debaixo do chuveiro
do cobertor, vários beijos
melado, adocicado, açucarado
sabor de morango, chocolate
framboesa, picante de pimenta
um beijo sem começo, nem fim
sem perguntas começa na boca
termina na nuca arrepios em mim.

Por Lucélia Lima
Em 15/12/08

Templo das sombras

Convido-o para ver-me nas sombras
O meu olhar é um convite irrecusável
Para pecar contigo corpo a corpo
Da boca ao ventre, em desejo insano
Despertando em mim como doce anjo
Incendiando fagulhas incandescentes
No coração cheio de ternura
Há um forte desejo de aventura
Quando o corpo explode em fogueira
Os céus param para entoar um canto
No breu da noite adorável sombra
Do anjo que canta uma melodia
Entrega o corpo ao espasmo da morte
A loucura desenha um olhar de maldade
Diante da agonia o anjo vaga na sombra
Findando a história descrita na lápide
Separando a alma do corpo maltratado
Vivendo o verdadeiro sentido da vida
Uma alma definha cheia de vaidades
Transformando o corpo de um anjo
Num templo das sombras

Por Lucélia Lima
Em 15/12/08

Amante

Sinto seu olhar percorrendo todo meu corpo
Depois do nosso intenso ato de amor
Sensação que não quero deixar de sentir
Mas aos poucos e após esse delicioso prazer
Levantará e sairá pela mesma porta que entrou
Pois tem seu prazer no meu corpo indecente
Mas divide a cama com outra mulher
Gosta do meu perfume e da cor do meu batom
Aquele de cor carmim que faz seu desejo fluir
A langerie transparente o tira do sério...
De sua boca brota água na ânsia de sentir desejo
Sente um prazer adocicado quando me toca
É malandro que adora uma excitante sacanagem
Essa essência do homem é elixir de sua existência
Entrego-me, sou possuída pela sua falta de pudor
E me rendo ao furor desse homem que não vive,
Sem ter o prazer de possuir apenas uma mulher!

Por Lucélia Lima
Em 15/12/08

Amor proibido

Amor proibido

Estou banhada de suores
Meu coração pulsa fortemente
Espero por ti meu doce amor
Apague todas nossas chamas
Sob os lençóis a incendiar
Nosso corpo quente e febril
Meu bem me queres enlouquecer
Esse nosso amor tão distante
Minha mente está aberta para ti
Mesmo assim me entrego ao pranto
Por estar longe de tantos sentimentos
Dentro de mim esse amor proibido
É assim que sinto no momento
Mas vem toda manhã em silêncio
E quando me desfloras, é lindo,
Gracioso, a libido chega ao cume
O coração dispara te querendo,
Saciando-me, somente contigo.
Meu amor bandido! Proibido!

Por Lucélia Lima
Em 12/12/2008

O beijo

Um beijo é sinal de muita intimidade
ele acontece quando há cumplicidade
onde o corpo necessita só do beijo
de um abraço misturado ao desejo

As rimas fluem como por encanto
quando você na minha tela aparece
peço com ternura, nada de espanto
um beijo, é tudo que me estremece

Um beijo com sabor de pecado
na boca de quem é muito amado
deixa escapar um suspiro abafado
desse beijo que por ele foi roubado

Essa boca quer um beijo intenso
nas noites quentes de verão
o corpo clama pelo toque denso
do beijo cheio de paixão.

Por Lucélia Lima
Em 10/12/08

Fogo e paixão

Como quer, que eu
feche minha porta?

Se quero, que você
por ela entre.

Sem frescura,
para poder
me amar.

E meu corpo
sentir o calor
das tuas mãos.

Teus lábios percorrendo
cada centímetro dele.

Desejando mais...

Querendo teu desejo.

Agora sem demora,
antes que a tarde aconteça.
E todo céu estremeça.

De tanto calor,
entre fogo e paixão,
diante de tua sedução
meu corpo se abre em flor.

Para teus olhos verem
no silêncio ensurdecedor
o clamor do amor!

Por Lucélia Lima
Em 08/12/08

Laços e amarras

Faz-me soltar todos os laços
e romper todas minhas barreiras
não seria as frias correntes
que me prendem, me fariam te deixar.
Neste momento quero ser feliz
amarrada nas tuas palavras
ancorada no teu porto seguro.
Solto as amarras do meu coração
e te permito tomar posse
e navegar sem rumo. Aportando...
pelos contornos do meu corpo
num momento de lucidez
ver o sorriso iluminar meu rosto
e os lábios sedentos se unirem
num beijo em doce comunhão
com as batidas do meu coração
sentindo pura necessidade
de viver a tua realidade.

Por Lucélia Lima
05/12/08

Caminho do pecado

No mais íntimo do pensamento
Arfando e sentindo-se sem ar
Querendo a pele nua, reveladora
Mostrou-se ardentemente
Os seios mostraram-se protuberantes
O ventre um visível poço de desejo
A intimidade nada tímida de olhar
Despida dos próprios preconceitos
Tocava os lábios para chamar atenção
Provocando desejo em delírios frementes
Deixando cair suas barreiras ao chão
Tirando o sossego da imaginação
Totalmente a mercê das ávidas mãos
A roupa já não era obstáculo
Loucamente mãos e bocas
Encontram o caminho do pecado.

Por Lucélia Lima
05/12/08

Fera bandida

Sou a tua lua a brilhar
Nos teus braços
Quero morrer de amor
Afogar-me nos teus beijos
Sentir tua língua e teus desejos
Minhas entranhas clamam
Por desvendar teus mistérios
Fecho-me em concha
Guardando somente para ti
Todo meu desejo e gemidos
Dessa fera escondida
Que existe dentro de mim.
Capturada em teus braços
Essa fera bandida.

Por Lucélia Lima
Em 02/12/08

Foge de mim

Minha luz interior a muito se apagou
agora sou breu num quanto escuro,
vazio e cheio de fantasmas.
Meus dias estão se arrastando,
não quero levar-te comigo.
Você é minha alma pura, sensata
aquela que me dá paz, calmaria.
Foge de mim enquanto há tempo,
sente meu poço profundo, e siga.
Seja tua estrada, meu precipício
será salvação ficando longe, pois
meus dias poderão te destruir,
e minha alma sofrerá e a luz da
lua apagará todo o teu brilho
que um dia vi em ti brilhar.

Em Por Lucélia Lima
01/11/08

Vagas ilusões

Quero esquecer essa solidão,
fico imaginando como se sente
sei que queres meu corpo,
mas sei que queres a emoção
e o calor das palavras,
mas minha imaginação
está devastada, insana.
A incoerência dos atos,
é a certeza que falhei
comigo e com o mundo.
Depois de dias perversos,
vagas ilusões estou dispersa.
Hoje minha mente é vazia,
a imensidão do meu ser
clama pela luz interior
que apagou no teu olhar.

Por Lucélia Lima
Em 01/11/08

Estigmas

Estigmas

São dias de mansidão
que me fazem ser tua,
mas os dias tempestivos
me fazem querer menos,
muito menos são os estigmas
que tenho a lhe oferecer.
Esta falida dor que sinto,
uma sensação de impotência
um amargo gosto na boca,
um escuro no globo ocular.
A falta dos sentidos
nada mais me resta
somente esperar a monotonia
dos dias que se arrastam,
passando pelas lacunas
escuras da minha vida,
e a agonia se alastrando
por todo meu corpo doente
peço por mim, a clemência
que nos meus olhos
ninguém consegue ver.

Por Lucélia Lima
Em 01/11/08

De corpo e alma

Diga tudo que quiser
pois tudo é importante
a distância é como a dor
só dói quando se esta longe
de quem sente o amor.
Se desejar com paixão
terá minha gratidão
o meu tempo aqui é teu
como também meu coração.
Minha alegria é a inspiração
que me toma quando te vejo
e as horas que passam,
são como os segundos
que aqui não tem fim.
Pode tudo não ser o suficiente
enquanto você estiver em mim,
retribuirei todo meu amor
de corpo e alma,
pois adoro tudo em você
até mesmo essa sua calma.

Por Lucélia Lima
Em 28/11/08

Volúpia

Não quero pensar no que acontecerá depois,
não quero pensar nos teus encantos
penso no agora, na tua boca de beijo
no sentir, cheio de desejo
e apenas em ti quero desfalecer
nessa loucura de prazer, te conhecer
e te amar sem reservas
para depois, cair em teus braços
nua de roupa e de pensamentos
me embaraçar nos sentimentos
acordar e ver que nunca sonhei
que usei teu calor como cobertor
usei e senti a volúpia da tua paixão
e todo nosso desejo, além dessa fria tela.

Por Lucélia Lima
Em 26/11/08

Tudo que quiser

Quem sou eu para te proibir?
o desejo que flui do teu corpo
não posso reprimir
mas há apenas uma dúvida
és poeta ?
ou apenas quer se divertir?
mesmo que a resposta
seja a segunda opção
não nego que gosto
de contigo viver a emoção.

Gosto de beijo na boca
e amar como louca
beijo no corpo inteiro
começando do pé, primeiro
ser possuída com carinho
chegando de mansinho
a língua passeando
e sorvendo todo suor
do corpo que respira amor.

Então nos seus sonhos estarei
e contigo flutuarei
nas ondas do mar e no desejo do luar
em sonhos, serei tudo que quiser
e sussurrarei nos teus ouvidos
vem meu poeta, me faz tua mulher.

Por Lucélia Lima
Em 26/11/2008

Espaço de tempo

Por mais insana que eu seja
meu coração deseja você
minha boca te deixa embriagado
com o calor a exalar do meu corpo

Quero lembrar-me dos bons momentos
mas para mim serão só tormentos
que me farão partir para longe
e de você para sempre desistir

Então me amarre no teu coração
e me faça pisar no teu chão
divida o mesmo espaço de tempo
deixa-me viver por um momento

Dois corações interligados
docemente estão envenenados
dia e noite gritam sem entender
nasce a paixão em todo amanhecer.

Por Lucélia Lima
Em 24/11/08

44 - Taça da amizade

Quero levantar a taça de nossa amizade
Pois comigo sempre foi um amigo sincero
Sempre demonstrou ter responsabilidade
Nas horas mais difíceis soube ser severo

Nossa amizade tem o brilho de diamante
E tão preciosa quanto uma grande paixão
Nada pode se igualar a algo tão semelhante
Somos diferentes, mas unidos por emoção

Nenhuma amizade ofereceu tanto deleite
Como a nossa amizade intensa e sincera
Alicerçamos a verdade, sem nenhum enfeite

E entre homens e mulheres que são incrédulos
Provamos que pode existir amizade verdadeira
Acabamos então com furtivas idéias de rótulos

Por Lucélia Lima
07/05/09

Amor anônimo

Quero a lua como testemunha
Da felicidade que habita meu ser
Quero o sol brilhando no céu
Para eu ser feliz enquanto viver

Quero o doce sabor do beijo
Espalhado pela boca molhada
Ver nascendo no calor da noite
E crescendo com a madrugada

Entender a importância de um ato
E sabedoria para amar no anonimato

Por Lucélia Lima
04/05/09

Amor distante

Agora guardo o amor
Dentro de uma caixinha
Fechada com rigor

Para que nem o sol
Possa encontrar
Nem a lua possa beijar

O amor que sinto
Mantenho a distância
Mas continua existindo

Mas a distância
É a maior inimiga
De quem ama

Não supre a carência
E afasta a felicidade
De quem só quer amar

Por Lucélia Lima
30/04/09

43- Pedras no caminho

Eu queria um dia poder decifrar
Nossos encontros e desencontros
Entender o medo no seu olhar
E ver em sua alma meus defeitos

Mas nada depende de mim
Depende de quem me idealiza
Acredito que não sou tão ruim
Mas abri uma ferida concisa

Pois no meu carinho fui magoado
Revidei por ter sido mal tratado
Atiro-me às pedras pelo caminho

Sem querer resolver meu destino
Decidi esquecer seu olhar genuíno
Para não definhar, por amar sozinho

Por Lucélia Lima
29/04/09

42- Procura pela perfeição

Não encontro nenhuma perfeição
Não sei onde “ela” encontra morada
Talvez no indivíduo que tem vocação
Ou naquele que caminha pela estrada

Com palavras que são como punhal
E alfinetadas que perfuram até a dor
A perfeição não tem nada de anormal
Quando vem do coração que tem amor

Acredite já errei, mas também acertei
Tampouco em mim encontrei perfeição
Mas procuro palavras que um dia plantei

Para meus conhecimentos não serem em vão
Fujo dos dogmas que querem desviar-me da lei
Explodindo em mim, qualidades feito um vulcão

Por Lucélia Lima
28/04/09

41- Universo desconhecido

Não quero que chorem minha morte
Aqui na terra já cumpri meu papel
Fiz tudo que pude, até tentei a sorte
Mas é hora de partir desse mundo cruel

Vou para onde existe muito amor
Quem sabe encontrarei meu destino
Meu trabalho será num plano superior
Viajando nas asas de um ser divino

Suas asas vão me levar para o infinito
Sobre um mar distante, calmo e bonito
Pois este universo soube ser tão nobre

Com este corpo sem a sagacidade
De entender tanta agressividade
Que a falta de conhecimento sofre

Por Lucélia Lima
22/04/09

40- Cadência do corpo

Estou estremecida com meus pensamentos
Apesar de a chuva cair lá fora silenciosamente
Continuo sempre absorta e sem argumentos
Diante deste sentimento incerto e deprimente

Vou sendo impelida por uma luz cinzenta
Que ofusca meus olhos e me deixa infeliz
Fico escondida num recanto que me acalenta
Sentindo a luz do sol lembro-me do que já fiz

Lá fora suavemente a chuva fina continua a cair
À noite me convida para com meu destino colidir
Abafando lentamente minha débil respiração

Quero viver sem a presença desta solidão
Que machuca meu corpo já estremecido
Envolvida pela cadência, abafo meu gemido

Por Lucélia Lima
14/04/09

39- Vítima ou réu?

Porque essa magoa no coração?
Existem coisas que devemos entender
E para tudo, sempre existe uma razão
Na vida temos o dom de aprender

Acredite que nada é dito ao léu
Se tentar compreender uma pessoa
Verá que ninguém é vítima ou réu
Todos só querem é ficar numa boa

Uma pessoa quando está contigo
Só deseja ter um grande amigo
Para aprender tudo que necessita

Então faça um pequeno esforço
Pois de longe eu sempre torço
Para que tudo seja paz infinita

Por Lucélia Lima
08/04/09

38- A bonequinha

Ela era como se fosse uma irmãzinha
Acompanhava-me por toda parte
Seu vestidinho era todo de rendinha
Bem colorido e desenhado com arte.

Ninguém ousava pedi-la emprestada
Sabiam que era minha companheira
E o quanto a bonequinha era amada
Era ela que participava da brincadeira

Um dia perceberam que eu havia crescido
Que a bonequinha já estava velha e suja
E seus olhinhos pareciam de uma coruja

Minha inocência havia desaparecido
Agora seus pais queriam casá-la
Para ter uma bonequinha e poder niná-la.

Por Lucélia Lima
07/04/09

37- Refém do medo

Existe dentro de mim um grande medo de amar
Mas não é medo do sentimento chamado amor
É medo de subjugar e querer somente sensibilizar
Impondo às outras pessoas esse meu jeito sofredor

Esse meu medo de amar é profundamente sério
Machuca muito mais, que meras palavras ditas
Ele é maior que o amor próprio que é um mistério
Mas sei que estão condicionadas as minhas dúvidas

Assumo que possuo uma grande capacidade
Em ser determinada e enfrentar meus medos
Mas meus problemas sempre são relacionados

A minha auto-estima e a minha infelicidade
Que me afasta das pessoas que quero bem
Fazendo-me acreditar ser minha própria refém

Por Lucélia Lima
06/04/09

36- Expressões do imaginário

A única expressão de linguagem possível
Para a autêntica leitura do universo
É o simbolismo mental inimaginável
Ou um posicionamento todo inverso

O belicismo atua em decomposição
Graças ao homem diante de uma luta
Entre forças do bem e do mal há solução
Para uma tendência de visão astuta

Assim o imaginário revela elementos
Da realidade psíquica incompreendida
Num conjunto de imagens e aspectos

Inclinado para o psicológico coletivo
Consegue captar uma sociedade dividida
Entre o simbolismo e o imaginário seletivo

Por Lucélia Lima
02/04/09

Nota do autor:
Inspirado num trecho do livro,
A Idade Média e o Nascimento do Ocidente
de Hilário Franco Junior

35- Bipolaridade

Quero acordar com os gritos do meu pensamento
Enterrar todas as palavras que ferem meus ouvidos
Numa cova profunda me afundar no esquecimento
Sorvendo minhas emoções como se fossem fluídos

A neurose que me envolve, limita meu cérebro
A uma total inércia, levando-me a bipolaridade
Onde minha consciência procura por um ombro
Para descansar apenas o lado da minha bondade

Quero esquecer o duplo sentido das coisas
Apagar as idéias que acompanham a maldade
Assim sentirei na pele o suave toque das brisas

Deixando a mente dominar essa minha emoção
Sucumbirei todas as palavras em dubiedade
Para poder entender esse sofrimento sem razão

Por Lucélia Lima
01/04/09

34- Espinhos da vida

A vida é uma caixinha de surpresas
A nós, nos resta escolher o caminho
Deixando de ser pessoas tão indefesas
Entender que a vida anda em desalinho

Depende de nós vivenciarmos a realidade
Aceitar que este mundo é um azevinho
Onde a hipocrisia é apenas a mordacidade
Do mundo que vive num grande redemoinho

Que sejamos exemplo de honestidade
Acreditar que podemos ser autênticos
Ter como exemplo nossa própria lealdade

Pois ninguém pode mudar nossa vida
Sendo que muitos cometem atos idênticos
E quando se retira o espinho abri-se a ferida

Por Lucélia Lima
01/04/09

Virtude e vício

Eu sei o quanto é bom amar
Sinto uma sensação de plenitude
Como se fossem as ondas do mar

Quero liberar toda a juventude
Da mulher que vive a sonhar
Sem expor toda minha virtude

Recolho-me no vício da vicissitude

Para que seja fácil meu caminhar.

Por Lucélia Lima
30/03/09

33- Profundo desejo

Sinto um forte desejo a me invadir,
É meu corpo que necessita do seu calor
Então fecho os olhos e deixo fluir
Um desejo profundo e sem pudor

Teus olhos refletem a sensualidade
Ao notar meu desejo crescente
Deixando escapar toda intensidade
Toma-me nos braços avidamente

Suas mãos, minha pele acaricia
Minha mente liberta a fantasia
Nos teus braços torno-me mulher

Com a loucura do seu divino toque
Perco-me no teu hálito de conhaque
Na esperança do desejo te surpreender

Por Lucélia Lima
26/03/09

32- Palácio de cristal

Existe um palácio de cristal
Tudo é visível do lado de fora
Lá, nada é imoral tudo é legal
É claro como o nascer da aurora

A maldade não transpõe os vidros
E a imoralidade é combatida
Mas ainda há quem crie atritos
Para que a ordem não seja mantida

Neste palácio todos os quartos
São pintados com dose de harmonia
Em suas paredes existem retratos

Das pessoas que formam uma família
O jardim é só mais um dos fatos
Que tornam o palácio uma bela moradia

Por Lucélia Lima
19/03/09

31- Borboleta maltratada

Amanhã será um novo dia
Serei borboleta saindo do casulo
Acordarei com o piar da cotovia
Para não ter um destino nulo

Deixarei todos a minha espera
Para libertar a dor que me domina
São tantos que me chamam de fera
Mas não sabem o que me extermina

Quero a água que jorra da cascata
Beber em goles de doce vingança
Ouvir todos me chamando de ingrata

Pois não acredito em esperança
Sou uma borboleta que maltrata
Suas asas na hora da mudança

Por Lucélia Lima
18/03/09

29- A rosa

Quero ver o abrir de uma rosa
Sentir o exalar do seu perfume
Quando florescer toda poderosa
Quero protegê-la do calor do lume

No meu jardim é a mais formosa
Aquece meu coração feito calor da luz
Desabrochando celeste e poderosa
Ganha vida com as cores que produz

Por muito tempo tenho sua presença
Mas como toda rosa tem sua sentença
Aos poucos vai definhando até morrer

Inclina-se para um lado sem sofrer
Suas pétalas vão caindo pelo chão
Restando-me uma enorme solidão

Por Lucélia Lima
18/03/09

Ausência


Como é bom estar entre amigos
Sinto uma paz e uma tranqüilidade
É como se eu estivesse num abrigo
Abraçada por tanta amizade

Hoje estou aqui para agradecer
A todos vocês, o carinho e atenção
Por saberem me compreender
Sem pedir nenhuma explicação

Então, sinto-me na responsabilidade,
De dividir com pessoas tão queridas
E que trazem no coração a bondade

Minha ausência, mas não minha partida
Somente por uma enorme necessidade
Para resolver algumas coisas da vida.

Por Lucélia Lima
Em 18/03/09

28- Quem ama não trai

Você vive cruzando meu caminho
Até parece uma dócil erva daninha
Consumindo minha vida feito espinho
Insistente não quer me deixar sozinha

Quero alcançar limites e novas fronteiras
Poder voar sem ter destino para pousar
Em novas terras não ouvirei tuas mentiras
Aquelas que você diz para me enganar

Você não teve nenhuma consideração
Por quem sempre esteve ao seu lado
Vive dizendo que nunca houve traição

Que é feliz e totalmente apaixonado
Mas o que você fala é pura ficção
Pois nunca soube o quanto foi amado

Por Lucélia Lima
Em 17/03/09

27 - Nada cai do céu

Existem vários fatores na vida
Que deixam uma pessoa feliz
Viver sem ter nenhuma divida
Ter uma família que seja a raiz

Para conquistar essa felicidade
Um bom começo seria alcançar
Trabalho que lhe dê dignidade
E dinheiro suficiente para sonhar

Viver a vida se fazendo de vítima
Achando que as coisas caem do céu
São fatores de quem não dá à mínima

Isso é atitude de quem quer ser réu
E mostra que viver seja uma lástima
Pessoas assim acabam jogadas ao léu.

Por Lucélia Lima
Em 16/03/09

26- Futilidades da vida

Sempre me assusto com algumas pessoas
E como elas não conseguem ver o perigo
Acreditando serem melhores que as outras
Acabam sentindo dor só do próprio umbigo

Essas pessoas não se importam com nada
Importam-se apenas com seus bens materiais
Levam uma vida sem ética e mal fadada
Achando que tudo isso, é por nobres ideais

No mundo existem pessoas boas e inteligentes
Que trabalham e ganham a vida honestamente
Essas sabem admirar as coisas boas da vida

E não perdem tempo com tanta futilidade
Sabem que dinheiro não compra felicidade
Enquanto os fúteis afogam-se na bebida

Por Lucélia Lima
Em 13/03/09

25- Não sou traidora

Não agüento mais a sua pressão
Não consigo nem pensar direito
Sua desconfiança tira-me a razão
Com pensamentos de desrespeito

Julgando-me uma pessoa imoral
Achando que sou uma traidora
Mas você não vê que sou normal
Que não tenho jeito de pecadora

Vive me fazendo interrogatório
Dizendo que para todos é notório
Que a minha traição é tendência

Do amor que a você não dedico
Veja como você é tão dramático
Chega a insultar minha inteligência

Por Lucélia Lima
Em 12/03/09

24- Auto-estima

Você achou que podia me enganar
Pensou que podia me fazer de estola
Será que não vê que quero te desprezar
Sumir da sua vida, não quero esmola

Não acredito que fui tão enganada
A ponto de achar que você me amava
Todos tentaram mostrar a bofetada
Que eu receberia, mas nem imaginava

Como fui cega tentando te entender
E depois de tanto chorar fui perceber
Que sou um troféu que você só subestima

Sem satisfazer as minhas necessidades
Resta-me o desprezo pelas falsas verdades
Sair da rotina e elevar minha auto-estima

Por Lucélia Lima
Em 11/03/09

23- Amor verdadeiro

Não quero um amor que me faça tudo
Quero um amor que me faça especial
À desejar o que tenho de mais profundo
Dentro dos meus olhos ver o que é real

É só isso que espero do amor verdadeiro
Não quero promessas que me tirem o sono
Nem homem fazendo pose de cavalheiro
Imaginando que uma dor não trará transtorno

Para essa mulher que acredita no amor
De seu corpo exala o perfume e o calor
Sempre cheia de esperança e de felicidade

Ainda quero brindar diante do firmamento
Uma explosão verdadeira do sentimento
Quero trocar juras e votos de fidelidade

Por Lucélia Lima
Em 10/03/09

22- Dança do ventre

Quando ela percebeu seus lábios grossos
Refletidos naquele espelho enorme
Sem demora acelerou seus passos
Afinal dançar nada tinha de uniforme

Com seu corpo todo escultural
E uma barriga belamente desenhada
Sua dança seria de forma bem natural
Com gestos semelhantes a uma fada

As pernas longas e bem torneadas
Parece que foram para a dança moldadas
Correntes douradas ornavam sua cintura

Diante da sensualidade dessa dança
Seu quadril movia-se a cada mudança
Sob olhares de cobiça ou seria de ternura?

Por Lucélia Lima
Em 10/03/09 –
reescrito em 25/06/09

21- Ostra vazia

No meu coração existe uma pérola
Formada por um pequeno grão de areia
Em seu interior ela cresce como gôndola
Indefesa e ferida presa por uma teia

A couraça que protege esse coração
Não cultiva ferida de ressentimento
Ele aprendeu a cultivar a emoção
E o amor como diz o mandamento

O coração sente a concha aberta
Mas deseja fazer a coisa certa
Quer proteger-se de uma ferida

Transformando a dor em amor
Sabendo perdoar sem ser opressor
Não sendo ostra vazia e esquecida

Por Lucélia Lima
Em 05/03/09

20- Memória de navegante

Naquele mar que fui navegante
Hoje sou apenas um corpo errante
Inclinada a beira da loucura
Carrego uma carga de amargura

Os ventos me arrancaram do cais
Deixando meus sonhos em vendavais
Condenada a permanecer navegando
No mar aberto, quem sabe afundando

Minha vida foi arrancada do convés
Fui atirada na violência das marés
Senti afundar todas minhas vitórias

Cansada de navegar novas distâncias
E ter galgado tantas intolerâncias
Decidi navegar pelas minhas memórias

Por Lucélia Lima
Em 04/03/09

19- Amor ágape

Dediquei-me a você de corpo e alma
Generosamente doei meu coração
Esquecendo de mim vivi na tua calma
Abrindo mão em nome da relação

Na tua felicidade encontrei meu bem-estar
Por você renunciei todos meus desejos
Acreditando que contigo poderia encontrar
A doação do amor ágape e novos ensejos

Dediquei-te um amor em potencial
A ponto de considerar-te o amor ideal
E perigosamente me senti sozinha

E minhas reservas foram se esgotando
Pois eu lhe dedicava meu tempo te amando
Enquanto você não me via como tua rainha

Por Lucélia Lima
Em 03/03/09

18- Lusco-fusco

O sol dispersou a neblina
Aparecendo polido pela manhã
Refletindo raios de purpurina
De forma cônica e guardiã

Destacando-se no horizonte
Toda sua bela imponência
Ao beijar o cume dos montes
Sua gradiente circunferência

Espalha-se na paisagem verdejante
Como gotículas caídas ao chão
Tornando-se claro e incessante

No lusco-fusco da mãe natureza
Delicia-se o sol colorindo a estação
Ao ser testemunha de grande realeza

Por Lucélia Lima
Em 27/02/09

17- Futuro da humanidade

Num futuro não muito distante
A humanidade terá que resgatar
A memória de um povo ausente
Que esqueceu como é bom sonhar

E preciso sublimar os valores morais
De um povo que não acredita ser capaz
De vencer sem seguir certos rituais
Não devendo se acomodar e correr atrás

Desse tempo que mostra uma direção
Sem manifestar o retrato da frustração
E sim o otimismo e o desejo de vitória

O futuro da humanidade só depende
Do homem que sonha e nos surpreende
Pois será ele a contar nossa história

Por Lucélia Lima
Em 26/02/09

16 - Vencer com orgulho

Isolada de todos e do mundo
Vou seguindo o caminho certo
Resistindo a esse desejo profundo
De sobreviver sem ter você por perto

Acreditei que de você era dependente
Com tudo isso, não conseguia crescer
Mas com muito orgulho fui insistente
Pois meu maior desejo era vencer

Minha maior dádiva era obter
Tua compreensão sem me corromper
Respeitando meus sentimentos

Percebi que meus desejos prevalecerão
E não esmorecerei assim perceberão
Que venci seguindo teus ensinamentos

Por Lucélia Lima
Em 26/02/09

15- Dúvidas do coração

Toda manhã sinto o sopro do vento
Tocar meu rosto com suavidade
Fico a espera da mudança do tempo
Apagando a lembrança da tempestade

Tantos pensamentos são desenhados
Dentro desse peito a soluçar de saudade
Sinto a falta do sol em raios iluminados
Quero sentir harmonia nessa cumplicidade

Envolta numa magia dos tormentos
Enredei-me em muros de sentimentos
Construí jardins e castelos de ilusões

Fugindo do olhar de desaprovação
Encontrei nas dúvidas do coração
A verdade para viver novas emoções

Por Lucélia Lima
Em 25/02/09

14- Passaporte para liberdade

Rasguei com pesar o teu retrato
Ele não me trazia boa recordação
Fazia-me lembrar do teu mau trato
Quando você partiu meu coração

Com a expectativa de ser feliz
No meio da manhã te dei adeus
Não acredito mais no que você diz
Viva teus sonhos, eu viverei os meus

Me entregue de bandeja
Meu passaporte para liberdade
Conquiste o mundo que almeja

Sem brigas e sem rancores
Poderemos viver novos amores
Distantes, viveremos a felicidade

Por Lucélia Lima
Em 25/02/09

13- Caminhos estreitos

Meus sentimentos são perfeitos
Ele viaja sob a luz do luar
Mas tenho tantos defeitos
E ninguém consegue enxergar

Deixo minha esperança se esvair
Com os defeitos que vagam no ar
Os meus passos tentam impedir
O novo caminho que devo tomar

Mas a dor é tanta que vivo a sonhar
Com um caminho que possa revelar
Os muros estreitos da esperança

São sentimentos embutidos na saudade
Que, sem medo de buscar a felicidade
Vou deixando de lado a vã temperança

Por Lucélia Lima
Em 21/01/09

12- Alusão a verdade

O sonho do passado foi esquecido
Procura-se no olhar uma realidade
Que seja humildemente merecido
O dom do perdão é sinal de amizade

A promessa define a prova de verdade
Mas há esperança no peito angustiado
Acabando o comportamento de futilidade
Finda a vida de dor num mundo desordenado

Então surge a liberdade de sentimentos
Sendo uma nova forma de pensamentos
Expelindo da boca como o doce mel

Muitas palavras que vão brindar a glória
E mudará seus rumos, esperando a vitória
Aludindo a verdade descrita em papel

Por Lucélia Lima
Em12/12/08

11- Coração corrompido

Anúncio de dor num coração vazio
Caminho amortecido pela vaidade
Na dança da vida viciados no ópio
Embriagados perdem a liberdade

A esperança já está a muito perdida
O sonho no fim da noite é tenebroso
A alma clama a salvação da vida
Perdida por um coração voluptuoso

O corpo agora é ínfima escultura
Cópula de prazeres sem ternura
Beleza divina do coito interrompido

Necessita que a sorte o acompanhe
E que o assédio do ato não assanhe
A luz do coração um dia corrompido

Por Lucélia Lima
Em 11/12/08

10- Perder a fé

Quais dias são imperfeitos e dispersos
Uma insana imaginação sai do curtume
Esteve a hibernar por dias perversos
Como toda mente doentia tem costume

Definhando pela falta de esperança
Suas ilusões e medos são diversos
E a cada passo assina sua sentença
Refletindo a morte em seus versos

Cuspindo palavras em desrespeito
Sentindo a dor que lateja no peito
Ao perder a fé sente a vicissitude

São tantas coisas e tantos temores
Que provam as vibrações e as dores
Fazendo prenúncio ao tomar atitude

Por Lucélia Lima
Em 04/12/08

9- Sonhos e fantasias

Você é minha intensa e doce fantasia
Sinto teu perfume impregnar minha pele
Essa separação de mundos é uma agonia
Minha cela, minha prisão é ficar longe dele

Imersa nesse jardim perfumado
Será o fim não ficar ao teu lado
Tudo que a vida promete é sonho
Um encontro a você então proponho

A vida se mostra cheia de esperança
A beleza está onde não há cobrança
Na fantasia e no sonho vamos vivendo

Enveredando nossas fantasias
Em marcas coloridas de alegorias
São os sonhos perfeitos caminhando

Por Lucélia Lima
Em 28/11/08

8 - Maresia

Sinto tua ausência meu amado
No teu mar quero ser sua sereia
Hipnotizar e te deixar encantado
Nessa maresia no calor da areia

Aceito meu corpo ser derrotado
Numa noite onde a lua clareia
E o mar rebento se mostra agitado
Abrindo sulcos e enorme clareira

Mas no outono caem folhas ao chão
E a primavera com flores a borrifar
Perfumes e florais a exalar pelo mar

Com a derrota, vem horrível solidão
Sem esperança e minha estrela guia
Navego pelo mar em total melancolia

Por Lucélia Lima
Em 27/11/2008

7- Nirvana

Estou cativa em teus braços
Quero sentir esse carinho infinito
Meus dedos contornam teus traços
Meus caminhos são teus, eu sinto

Nossa meta agora é viver intensamente
Navegar nossos mares, escalar montanhas
Sem perguntas, nem procurar artimanhas
Esperando a noite passar rapidamente

Para clarear todos nossos dias
Esquecendo as eternas noites frias
Acordar na ânsia da nossa telepatia

Ter esperanças de viver teu nirvana
Sonhar com tuas mãos me tocando, insana
Colando teu corpo ao meu, total sintonia

Por Lucélia Lima
Em 26/11/08

6- Feitiço

Seus olhos têm brilho verdadeiro,
Sinto você tão forte e altaneiro
Mesmo sendo corajosa e destemida
Tenho medo de perder-te para a vida

Mas o mundo promete mostrar
Um feitiço para o amor não perder
Só quem não tem medo de declarar
Terá a esperança de um amor viver

Vivendo as dores da solidão
Sem poder tocar seu coração
Continuo vagando no universo

Procurando estrelas no teu olhar
E uma constelação no teu versejar
Criando palavras, recitando verso

Por Lucélia Lima
Em 24/11/08

5- Rastro de lamento

Minha única certeza é viver
Apagando qualquer pegada
O seu rastro me faz sofrer
Essa vida me deixa agoniada

Sei que o meu toque te deixa louco
Quero carinho e afago nos cabelos
Ter-me em sua vida é muito pouco
Coloca-me a tua marca e teus selos

O lamento do sonho desnudado
Em rastro num labirinto decifrado
Estão as savanas secas e cálidas

Apresentando um deserto vegetativo
Acredita no amor ser o maior atrativo
Mas a realidade tem imagens pálidas

Por Lucélia Lima
Em 18/11/08

4- Doce leito

Este paraíso terreno que conheci
Foi neste doce leito e iluminado
Que me trouxe o vinho que sorvi
Néctar de puro líquido adocicado

E no grande vilipêndio de mão dupla
O olhar é o pavio que inicia o drama
Num calmo amor que rolava sem culpa
Entre lençóis amarrotados duma cama

Sons entremeios a soluços abafados
Levanta e chora em pés descalços
Na certeza da virtude e da decência

A estrada da vida se torna muralha
E no leito, descansa sua mortalha
Sem amor se lança a vil decadência

Por Lucélia Lima
Em 18/11/08

3- Imensidão

Dou um adeus a minha solidão
Meus medos agora estão distantes
Apenas seus olhos vêem o clarão
Das dores que eram constantes

Sigo por caminhos diversos
Alguns distantes e sinuosos
Outros solitários controversos
Na urgência de atos proveitosos

Agora o sol aproveita a minha dor
O medo demonstra todo meu pavor
Em uma derradeira e longa distância

E entre verdades sem importância
Restando um sorriso a lhe ofertar
E a imensidão do mar a conquistar

Por Lucélia Lima
Em 18/11/08

2- Trilhando

Trilho por um longo entardecer
Deixando pegadas de saudade
Uma abertura em forma de realidade
Concretizando o sonho no alvorecer

Meu corpo vive numa armadilha
Tragando uma fumaça escura
Temporal rumina o que ladrilha
Rompe tempo e morte, esconjura

Seguindo e rompendo o sul e norte
Numa tormenta levanto-me forte
Abraça suave a sua aurora boreal

E o arco íris o torna magistral
Ao fundo leva o ouro que encontra
Dá adeus a morte ouvindo hino mantra

Por Lucélia Lima
Em 17/11/08

1- Vento e maresia

Minha estrela guia é a esperança
Feito luz vai clarear mar adentro
Na pura poesia que sopra o vento

Reproduzindo a beleza do mar
Eu quero todo sonho de um olhar
A alegria que floresce no teu rosto

Conduzindo-me para a grande vitória
Para o amor crescer e não ter fim
E no outono ouça o canto do sabiá

E o sibilar das vozes de papel
Num tilintar de copos de vidro
Prazer na musica de cordel

As maravilhas que expõe ao céu
O novo amanhecer e o novo dia
Vai mudar a sensação de maresia

Por Lucélia Lima
17/11/08